NOVEMBRO AZUL – A Saúde dos caminhoneiros

No mês anterior focamos na saúde das caminhoneiras, com ênfase no câncer de mama. Já este mês, focaremos na saúde dos caminhoneiros, para falar mais sobre o câncer de próstata. Ainda que haja muito a ser melhorado nos cuidados com a saúde por parte das mulheres, não há como negar que elas se cuidam mais do que seus colegas homens… Contudo, há cuidados quando falamos dos profissionais de logística rodoviária que servem tanto para elas quanto para eles.

O longo período em viagem sentados, má alimentação, pouco exercícios, sono desregulado, estradas perigosas, estresse… São alguns dos fatores em comuns tanto nos homens quanto nas mulheres. Não só isso, esses são problemas facilmente lembrados ao se falar de caminhoneiros, e é por isso que ao identificarmos a tamanha demanda, não só física quanto psicológica, é que esses profissionais precisam cuidar de sua saúde.

Saúde em segundo lugar |

    Algumas empresas de logística já possuem um RH mais focado na saúde de seus profissionais. Com estruturas e demandas acessíveis e viáveis aos caminhoneiros. Porém, ainda há outras que não tomam a devida atenção, entregando demandas longas e prazos curtos aos profissionais.

     Esses são os casos que afetam a saúde dos funcionários, e reforçam também um comportamento do próprio profissional, a focar no tempo de entrega e não em sua saúde.

     A concessionária Arteris realizou, entre janeiro e dezembro de 2017, uma pesquisa com cerca de 3.522 caminhoneiros que passava pelos trechos de concessão do grupo, com questões ligadas a rotina das viagens, alimentação, falta de atividade física e horas de sono. Como esperado, os resultados seguiram preocupantes.

Dos ouvidos, 30% estavam obesos; 35% apresentam colesterol alto e 37% possuem glicemia alta. A falta de sono também foi constatada: 25% enfrentam uma jornada de mais de 18 horas no trânsito e 51% dormem na própria boleia do caminhão. A pesquisa ainda revelou que 33% ficam fora de casa cerca de 20 dias em um único mês e, para driblar o cansaço da profissão, 19% deles utilizam anfetaminas.

Outros dados da pesquisa da Arteris foram:

3% ficam hospedados em hotéis na rotina de trabalho;

19% usam anfetaminas;

7% estão na faixa mais alta na Escala de Sonolência de Epworth, que indica um risco 70% maior de sofrer acidente automobilístico;

31% têm sobrepeso;

7% sofrem com hipertensão;

35% possuem triglicérides alta.

Os acidentes de trabalho também fazem parte da rotina dos caminhoneiros. O levantamento também apontou que 23% dos entrevistados já sofreram algum tipo de acidente nas estradas. (Fonte: Na boleia)

Câncer de próstata |

     O longo período sentado, falta de exercícios, a má alimentação ou ingestão frequente de alimentos gordurosos, podem se tornar fortes fatores para o câncer de próstata. O mês de novembro é conhecido mundialmente pelas ações no combate contra esse câncer, tão como a saúde do homem.

     Em meio de um problema ainda cercado de preconceitos e que afetam diretamente na saúde masculina, sendo a quarta causa de morte por câncer no Brasil e corresponde a 6% do total de óbitos por este grupo. Também é o sexto tipo de câncer mais comum no mundo e o de maior incidência nos homens, os profissionais do transporte devem se preocupar e tomar ainda mais os devidos cuidados.

     Um estudo realizado em 2016 pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) apontou que 51% dos homens nunca consultaram um urologista. O diagnóstico precoce é essencial para o tratamento curativo da doença, mesmo que ainda não possua uma prevenção definitiva.

Mas qual a razão dos motoristas se preocuparem ainda mais?

     Um estudo realizado na Carolina do Norte/EUA envolvendo 2.132 homens que faziam parte de um programa de tratamento de câncer de próstata naquele estado, os questionou quanto suas ocupações, históricos profissionais e sobre a ocupação que desempenhavam naquele momento.

Os resultados apontaram que os caminhoneiros, ou profissionais que passavam a maior parte de seu tempo dirigindo, apresentavam quatro vezes mais probabilidade de ser diagnosticado com um tumor na próstata do que aqueles que desempenhavam outras profissões. Além disso, o câncer de próstata tendia a ser mais agressivo nos caminhoneiros do que nos demais participantes do estudo.

A teoria dos pesquisadores é de que o risco de câncer de próstata é maior entre caminhoneiros por causa da “vibração de corpo inteiro” que esses experimentavam com frequência. A teoria é de que esse tremor provocado pelo motor do caminhão pode resultar na inflamação da glândula da próstata, o que poderia resultar em câncer, ou aumentar a produção de testosterona, o que aumenta o risco de desenvolvimento de tumores.

Fatores de risco & Sintomas |

     Vivemos em um momento de instantaneidade. Tudo é para agora e as pressões, tão como a ansiedade de cumpri-las, nos anseiam para seguirmos na vida frenética. Contudo, não podemos deixar de dar os devidos cuidados e atenção para nossa saúde.

     Por isso, segue alguns fatores de risco e os sintomas do câncer de próstata:

Fatores de risco:

  • Idade (cerca de 62% dos casos são de homens a partir dos 65 anos). – Lembre-se que a partir dos 40 já é necessário fazer o exame! –
  • Histórico familiar.
  • Raça (maior incidência entre os negros).
  • Alimentação inadequada, à base de gordura animal e deficiente em frutas, verduras, legumes e grãos.
  • Sedentarismo.
  • Obesidade.

Sintomas (só aparecem nos casos avançados):

  • Vontade de urinar com urgência.
  • Dificuldade para urinar.
  • Levantar-se várias vezes à noite para ir ao banheiro.
  • Dor óssea.
  • Queda do estado geral.
  • Insuficiência renal.
  • Dores fortes no corpo.

Sintomas devido às metástases:

  • Dor na área lombossacra, se irradiando para a pelve e para as pernas (metástase óssea). As dores ósseas são de forte intensidade e de difícil controle com analgésicos comuns.
  • Fraturas patológicas:  fraturas ósseas desencadeadas por traumas pouco intensos em virtude da fragilidade e desmineralização provocada pelas metástases ósseas.
  • Desconforto perineal e retal: decorrente do tamanho do tumor e da invasão  da parede pélvica.
  • Anemia: decorrente  da invasão da medula óssea, pelas células cancerosas.
  • Perda de peso acentuada.
  • Perda de força muscular e paraplegia: em fase muito avançada da doença as metástases ósseas da coluna, podem causar compressão da medula espinal e culminar com a perda de força muscular e finalmente paraplegia.
  • Astenia (perda da força física).
  • Náuseas.
  • Oligúria: causada pela uremia.
  • Sangramento urinário.
  • Insuficiência renal obstrutiva: obstrução progressiva da drenagem da urina dos ureteres para a bexiga, causando acúmulos de substância tóxicas ao organismo não eliminadas.
  • Queda progressiva do estado geral.

Recado final |

Não deixe qualquer preconceito ser maior que o cuidado com sua saúde. Cuide-se, fique atento, e mantenha os exames em dia. Podemos todos reverter estes números e torná-los cada vez menores, além de deixar nossos profissionais mais saudáveis.

O excesso de trabalho é nocivo, e uma pauta que há anos diversos caminhoneiros estão trazendo, pois um equilíbrio e cargas de trabalho mais justas, permitem uma melhor saúde mental e física, principalmente em uma profissão que exige tanto como a de cruzar longas estradas.


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Fontes:

https://www.revistacaminhoneiro.com.br/novembro-azul/

https://exametoxicologico.labet.com.br/como-o-excesso-de-trabalho-impacta-a-saude-de-caminhoneiros/

https://blogdocaminhoneiro.com/2015/11/novembro-azul-a-vez-dos-homens/

http://www.oncoguia.org.br/conteudo/mitos-e-verdades-sobre-o-cancer-de-prostata/4451/28/

https://www.boasaude.com.br/noticias/10430/caminhoneiros-estao-em-maior-risco-de-cancer-de-prostata.html

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